A história da transexual que rompeu preconceitos em Portugal
A história da transexual que rompeu preconceitos em Portugal e se tornou uma referência para a comunidade LGBT em seu país
Kiki nasceu em um corpo masculino mas a sua identidade era feminina.
O desejo de pertencer ao sexo oposto de forma completa, isto é fisicamente, ocorreu em 2015, quando Kiki Pais de Sousa realizou a cirurgia de reatribuição sexual (CRS – Sex Reassignment Surgery – SRS, em inglês) mas conhecida pela expressão “mudança de sexo”.
Os primeiros passos de Kiki rumo a transição de gênero aconteceram anos antes, mais precisamente em 2011 quando a lei de identidade de gênero foi aprovada em Portugal. Entretanto a França foi o primeiro país a desconsiderar a transexualidade como transtorno mental, atitude esta também tomada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
A infância de Kiki foi semelhante a de diversas outras crianças cuja a sexualidade dá os primeiros sinais ainda tão jovem. O bullying na escola era constante, entretanto em casa, com a família, Kiki tinha o apoio de todos, principalmente de sua mãe. A discriminação partia de fora, da sociedade mas não de sua família.
Atualmente, Kiki pode ser considerada uma das pessoas mais influentes quando o assunto se refere a identidade de gênero e diversidade sexual em Portugal. Através da série portuguesa LGBT “Já Melhorou”, Kiki deu um importante depoimento sobre como é ser uma mulher transexual. O sucesso do episódio da série repercutiu em diversos países, inclusive no Brasil e na Rússia, dois países que ainda sofrem com crimes de homofobia.
Ela também estampa a campanha “Somos os Direitos que temos” que visa a luta contra o preconceito de qualquer tipo, principalmente em relação aos transexuais. A campanha criada pela Câmara Municipal de Lisboa promove também a inclusão dessas pessoas.
Transexual Somos os Direitos que Temos
Além de usar a sua imagem e história de vida em oposição ao preconceito, Kiki foi mais além, e se tornou uma mulher de negócios, tendo criado a primeira e única sauna mista LGBT heterofriendly da Europa. isto é, todas as orientações sexuais (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e heterossexuais) são bem-vindos em um amplo espaço de lazer, onde todos convivem sem discriminação.
A ideia é reunir todas as orientações e não segregar, e nada melhor para romper preconceitos do que um local onde todos interagem.
A história de Kiki é uma referência para muitas pessoas, além de ser um exemplo de uma mulher bem sucedida e influente em seu país.
Entrevista para o Canal SIC.