Os prémios Arco-Iris foram entregues e a SaunApolo 56 esteve lá

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Escrito por: Blog-saunapolo56

Foi no passado dia 12 de Janeiro, no Mercado da Ribeira em Lisboa, que ocorreu a entrega dos Prémios Arco-Íris.

A ILGA Portugal atribui anualmente os Prémios Arco-íris como forma de reconhecimento e incentivo a personalidades e a instituições que, com o seu trabalho, se distinguiram na luta contra a discriminação em função da orientação sexual, identidade/expressão de género e características sexuais, contribuindo para a afirmação dos direitos das pessoas LGBTI.

Este ano a apresentação do evento e entrega dos prémios esteve a cabo de Rita Ferro Rodrigues e Rui Maria Pêgo que conduziram com mestria este importante prémio para toda a comunidade LGBTI.

O evento celebrou-se de uma forma alegre e descontraída, como já é apanágio da comunidade LGBTI. Teve ainda diversas actuações, intervenções e declamações, nos quais se inclui uma inusitada subida ao palco da Kiki Pais de Sousa, proprietária da SaunApolo 56, no âmbito da interpretação ao vivo da campanha #respectbattles da APAV.

Sobre as fotos e vídeos deste importante evento, iremos em breve fazer um novo post aqui no nosso blog.

O que importa frisar agora é que os contemplados este ano pela ILGA com a atribuição deste importante prémio foram:

A RTP – Rádio e Televisão de Portugal – que citando a ILGA, referem o seguinte sobre a estação pública:

“…A comunicação social e o jornalismo vivem tempos de hostilidade. Quer em contextos de liberdade de imprensa, quer em países onde o autoritarismo cresce a olhos vistos, os ataques contra jornalistas e meios de comunicação têm aumentado de forma considerável e perigosa. A missão do operador de serviço público de Rádio e Televisão de Portugal é clara: “A RTP é séria e rigorosa. A RTP informa, forma, entretém. É relevante e cria valor”, e é de todas as pessoas e para todas as pessoas. “Chega às maiorias e às minorias”.

A Campanha #respectbattles da APAV – sobre a qual a ILGA refere o seguinte:

“…Juntamos as nossas reivindicações ao apelo da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, dizendo a uma só voz que continua a ser urgente garantir os Direitos Humanos de todas as pessoas. E apostar na prevenção do ódio, na formação de profissionais, no empoderamento de vítimas, na sensibilização à população e na promoção de serviços preparados para vítimas com necessidades específicas de apoio e proteção, num trabalho contínuo por #MuitoMaisIgualdade. É precisamente por isso que congratulamos a ação da APAV e celebramos esta campanha com um forte aplauso. Façam barulho!”

O Documentário “Até que o Porno nos Separe” de Jorge Pelicano que deslumbrou a ILGA e sobre o qual disseram:

“…No decurso do documentário, Eulália junta-se à AMPLOS, Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género, e é com emoção que, no final do filme, a vemos discursar numa marcha pelos direitos LGBTI, com uma garra ativista moldada pelo orgulho que tem no seu filho. No final, é o amor que vence, e esta reaproximação devolve-nos a esperança na luta diária que travamos pelos direitos e visibilidade das pessoas LGBTI e suas famílias. Aplaudimos por isso o emocionante documentário de Jorge Pelicano e a história de Eulália e Sidney, a quem agradecemos o exemplo positivo e a coragem.”

A Jornalista Carolina Reis que obteve as seguintes palavras de reconhecimento:

Quando a realidade da discriminação e do estigma que atinge as pessoas LGBTI é ainda invisível para uma grande parte da sociedade, o jornalismo tem de assumir ainda mais o papel de guardião dos factos. Numa altura em que os conteúdos mediáticos falaciosos e desinformativos são partilhados sem verificação e à velocidade de uma qualquer rede social, assistimos a caminhos polarizados que potenciam o ódio, o medo, o insulto, a violência e a ausência de diálogo, inimigos da igualdade e dos Direitos Humanos. Aplaudimos, por isso, com convicção um jornalismo merecedor desse nome.

O Assumir da Homossexualidade de Célio Dias, Sandra Cunha, Adolfo Mesquita Nunes, Gabriela Sobral e Inês Herédia, que segundo as palavras da ILGA:

“Aplaudimos Inês Herédia e Gabriela Sobral, que têm partilhado com o grande público o amor da sua relação e os seus momentos felizes em família, felicidade que nos lembra a importância de salvaguardar os ainda muito recentes – e por isso precários – direitos à parentalidade em casais de pessoas do mesmo sexo. Aplaudimos também Célio Dias, o primeiro atleta olímpico assumidamente LGBTI em Portugal, que numa corajosa entrevista ao jornal Record ressalvou o desporto como uma área que tem permanecido particularmente difícil e discriminatória para as pessoas LGBTI, lembrando-nos ainda dos desafios interseccionais e da importância que a saúde mental tem em contextos pouco seguros e altamente discriminatórios. E aplaudimos também Sandra Cunha e Adolfo Mesquita Nunes, elementos de destaque no cenário político português que, com as suas palavras de coming out, nos lembram que as pessoas LGBTI são mesmo transversais a toda a sociedade, e – atrevemo-nos a dizer – a todo o espectro partidário.

Quando um dia todas as portas de todos os armários se abrirem, perceberemos a coragem que ainda hoje é precisa. Daí a responsabilidade atual de todas e todos nós em criarmos uma sociedade segura – na qual nenhuma pessoa precise esconder quem é e quem ama. Para já, agradecemos, com o nosso imenso aplauso, os exemplos do Adolfo, da Sandra, do Célio, da Gabriela e da Inês.

Os Partidos e deputada pela igualdade: PS, BE, PCP, PEV, PAN e Deputada Teresa Leal Coelho sobre os quais caíram inúmeros agradecimentos de toda a comunidade LGBTI:

Em 2011, Portugal foi pioneiro ao tornar o reconhecimento legal da identidade de género um processo meramente administrativo, acabando com a vergonha de décadas de violações graves aos Direitos Humanos das pessoas trans nos tribunais do nosso país. Sete anos depois, aplaudimos novamente o trabalho do Parlamento português, em particular das deputadas e deputados que permitiram finalmente dizer sim ao reconhecimento do direito à autodeterminação da identidade e expressão de género, alargando-o, ainda que de modo insuficiente, a crianças e jovens. Hoje, a lei em Portugal reconhece finalmente que as pessoas trans sabem quem são, permitindo a mudança de nome próprio e sexo legal a partir dos 16 anos, e contribuiu também para tornar o nosso país num dos poucos do mundo que cumpre já as mais recentes recomendações das Nações Unidas, no que respeita à proteção das características sexuais de bebés e crianças intersexo.

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